terça-feira, dezembro 19, 2017

Matemática desaplicada

Vivo entre multidões. Grandes ou pequenas multidões, todos os dias me movo dentro de algum grupo de pessoas. Tenho o hábito de as olhar, por vezes distraidamente, outras vezes de forma mais atenta. Imagino que haja ocasiões em que olho as pessoas de forma demasiado atenta mas... adiante.

Ontem, no centro comercial (essa multidão transmutada em edifício mastodôntico), reparei numa mulher que me fez lembrar uma outra, uma ex-colega que havia visto há coisa de uma semana durante uma travessia do Tejo. Não é habitual ver essa ex-colega mas aquela tal mulher pareceu-me de tal modo semelhante a ela que imaginei a possibilidade de serem irmãs.

Um pensamento assim é indolência cerebral, não tem a mínima importância. Continuei e, três passos adiante, ai caramba! Vejo a minha ex-colega a cumprimentar um amigo.

Ali estava ela, logo após me ter lembrado que uma mulher (que talvez nunca mais me aperceba de ter visto) poderia ser sua irmã ou algo do género. Logo após me ter lembrado de uma pessoa que raramente vejo e à qual mal me dirijo, uma pessoa cuja existência rara e dificilmente me ocorre, catrapunfas! Ali estava ela.

Ok, ok, eu sei, mas que merda de história é esta? Registo-a aqui apenas porque, quando vi a minha ex-colega a conversar mansamente com o amigo, me ocorreu uma pergunta: que possibilidade estatística havia de acontecer uma coisa destas? Lembrar-me de uma pessoa através de outra e ela aparecer-me imediatamente a seguir?

Soubesse eu alguma coisa para lá da Aritmética simples e talvez pudesse especular sobre a tal possibilidade estatística mas a Matemática nunca foi das minhas relações mais próximas.

Releio o que acima ficou escrito e apetece-me perguntar: esta coisa não tem interesse nenhum, pois não?

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