sexta-feira, dezembro 11, 2015

Dia sem princípio (nem fim)

Há dias assim, dias em que estar acordado parece resultar no prolongamento do sono, na materialização do pesadelo (que até começara por ser um sonho com muitos tons de rosa), pesadelo que agora se interrompe. Olá, bom dia.

O café parece não ser mais que um vago sabor no confins do céu da boca, o jornal um dejà vu, os passos na escadaria em direcção à rua ecoam na memória, as frases que crescem na ponta dos dedos são pomposas e não aguentam uma questão que as ponha em causa. Mesmo que seja uma questão de merda, tipo: que merda é esta?

Há dias assim, dias que parecem nunca mais começar, dias em que as coisas são chatas porque não há volta a dar-lhes, dias que, caso cheguem ao fim, será lá mais para o fim-do-mundo.

1 comentário:

Jorge Pinheiro disse...

E os dias rotina? Esses sucedem-se sem diferença aparente.