terça-feira, maio 26, 2015

Ser ou não ser (burro)

Não tenho nada contra quem muda de opinião. Só os burros não mudam, como disse, um dia, Mário Soares ao esquivar-se a mais uma das suas lendárias incongruências políticas.

Uma pessoa percebe que aquilo que imaginava não corresponde a nada que se possa assemelhar a realidade e tenta encaixar as coisas de novo, para que façam sentido. Perfeitamente normal.

Já custa mais a engolir quando um profeta de determinada ideia (ou ideologia) se desconverte de súbito, alegando que viu a luz. Ok, tudo bem, mas porque levou tanto tempo a mudar de perspectiva? As montanhas de provas que lhe foram sendo apresentadas e que ele sempre refutou e reduziu a pensamentos sem sentido, quando não os classificou como maldosos ou subversivos, fizeram, de repente, sentido?

Desconfio dos profetas fervorosos. Uma pessoa que tem certezas tão absolutas ao ponto de professar uma Fé incontestável não merece a minha confiança. Sou de opinião que devemos deixar sempre um espaço à possibilidade de não sermos burros.

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