terça-feira, maio 27, 2014

Não ter medo

Eles chegaram. Os fascistas regressaram em força à ribalta da política europeia. Parece impossível mas é verdade.

Como podemos nós, europeus, ressuscitar o mais terrível monstro da nossa História comum e trazê-lo desta forma para dentro de casa? O que faz com que, num país como a França, os eleitores votem maioritariamente num partido assumidamente nazi?

Muitas vezes tenho aqui expressado o meu descontentamento com "o estado a que isto chegou" mas era incapaz de imaginar uma coisa tão abjecta.

Muitas vezes penso: será que um nazi olha para mim, por ser de esquerda, com um asco equivalente ao que sinto por ele? Imagino que o sentimento dele seja mais forte do que o meu.

Esse é o problema com esta gente; desenvolvem uma incrível capacidade para odiar aquilo que receiam ao ponto de se animalizarem. Com os nazis não há discussão nem debate: há porrada! Estaremos nós a caminhar para uma Europa onde grandes as decisões se vão decidir segundo o método nazi?

Não há que ter medo, há que estar preparado.

4 comentários:

Ana Bailune disse...

Olá.
Ouvi falar dessa onda de intolerância na Europa. Triste... parece que ao invés de evoluir, o mundo involui cada vez mais. E com o aval da maioria.

Silvares disse...

É mesmo, Ana, estamos a viver uma espécie de pesadelo. Talvez não passe de insónia mas temos de preparar-nos para a possibilidade de o monstro regressar...

Jorge Pinheiro disse...

Penso que a questão do "asco" à direita ou à esquerda radical é o mesmo. Nunca percebi porque há tanta tolerância com a esquerda e não com a direita. Os vícios e pecados soviéticos, estão aí para provar que o problema está na falta de social-democracia e democracia-cristã. Isto independentemente de muitas destas direitas terem motivações imensamente diferentes. A Europa está a colher o que semeou: fronteiras abertas, Estado Social em excesso e, last but not de least, entrega da política económica e financeira aos "mercados"

Silvares disse...

Jorge, talvez a diferença de que falas seja porque há muitas formas diferentes de ser de esquerda radical (olha para o panorama político nacional) e, agora que penso nisso, muito poucas de ser de direita. Ou seja, ser esquerdista pode significar ódio ou desprezo ao estado soviético. Ser nazi... é pouco mais do que isso mesmo. Será?