sexta-feira, julho 19, 2013

Um cadáver esquisito

A polémica em torno do Acordo Ortográfico não morreu, antes pelo contrário. As vozes discordantes têm-se feito ouvir continuamente, nunca desistindo de apontar as incontáveis incongruências do Acordo.


Fazendo valer o ditado que diz que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura, uma petição,“Pela desvinculação de Portugal ao ‘Acordo Ortográfico da LínguaPortuguesa’ de 1990”, vai se discutida na Assembleia da República.

Durante algum tempo não tive uma opinião muito concreta acerca desta coisa. Tentei adaptar-me mas, na verdade, nunca cheguei a escrever segundo as normas do Acordo.  Há demasiados pormenores que não compreendo, regras que me escapam. 


O Acordo gerou polémica em todo o lado e não me consta que tenha sido adoptado por nenhum outro país além do nosso. Portugal orgulhosamente só, mais uma vez. Que triste.


Uniformizar a ortografia não me parece de grande utilidade. Os povos de língua portuguesa continuarão sempre a utilizar os seus vocabulários específicos; telemóvel é celular, autocarro é ônibus e um fato completo continuará a ser terno por terras brasileiras.


Nos dias que correm estou, decididamente, do lado dos que dizem que se lixe o Acordo Ortográfico. Concluo com outro ditado popular "o que torto nasce tarde ou nunca se endireita".  O Acordo que se lixe.

7 comentários:

Li Ferreira Nhan disse...

É por aí mesmo...
A propósito do "aborto ortográfico" há um artigo também interessante de um português que escreve para um jornal de S. Paulo.
Também reflete o pensamento geral daqui e daí.
Se houver interesse. Nem é longo,
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2013/06/1288994-o-aborto-ortografico.shtml

Silvares disse...

Li, um artigo bem a propósito. Por aqui há uma grande discussão entre os que defendem e os que recusam o Acordo. Mas, de há uns tempos para cá, tenho a sensação que os artigos de opinião sobre o assunto começam a ser maioritariamente humorísticos. Isto só dá para rir!

luísM disse...

Qual acordo? Eu só sei duma coisa chamada pomposamente, confusão ortográfica!

Eu só sei que deixei de saber escrever corretamente em termos ortográficos. Parte de antes, parte do depois. Algumas coisas até nem me custam a entender e praticar, outras não percebo e outras ainda desconheço. Se eu que necessito de escrever, estou assim, não sendo por relaxamento, o resto deve andar bem. Nem pensa nisso, claro!

O acordo cai em cima da ignorância e da iliteracia, por isso não é grave. Temos acordo torcido e a gente desenrasca-se, porque as trinta palavras que se usam no quotidiano as pessoas conhecem. O resto subentende-se!

Analuci disse...

Concordo com LuísM:
"Porque as trinta palavras que se usam no quotidiano as pessoas conhecem. O resto subentende-se!"

Silvares disse...

Luís, Analuci, eu tentei adaptar-me mas desisti. Quanto às tais 30 palavras se toda a gente as souber escrever correctamente (não incluindo o nome próprio e o último apelido) já estaremos mais próximos do nirvana cultural.

Jorge Pinheiro disse...

Eu nunca tentei sequer perceber o "novo" acordo. Optei por manter escrever como sei (e não é fácil). Nunca entendi a opção linguística, ortográfica, gramatical ou fonética. Também nunca entendi a opção política.
A verdade é que já houve outros acordos ortográficos e lembro de me rir dos velhos que ainda escreviam "pharmácia" e "mãi". Acontece que neste caso se tentou abranger a lusofonia quando já não havia colónias e se tentou englobar o Brasil que fala objectivamente outra língua e se está completamente borrifando para Portugal. Resultado: disparate. Agora vamos ter imensas formas de escrever diferente. Ou seja, cada uma escreve como quer. Não tarda somos uma língua franca.

Silvares disse...

Jorge, é caso para dizer: seja o que Deus quiser!